Direção e roteiro: Carolina Markowicz
Jonathas é um menino que vive em um orfanato esperando para ser adotado. Recebido por um casal para um período de experiência, ele logo é “devolvido” por causa de seu jeito afeminado. Agora Jonathas precisa lidar com uma nova realidade.
Comentário 💭
Essa obra foi meu primeiro contato com o trabalho da Carolina, e o que mais me marcou foi o desfecho salgado. Não sou do tipo que curte ou cria histórias onde o bem sempre vence no final, e por aqui somos guiados por uma montanha-russa de “vai dar tudo certo” a “putz, ferrou” o tempo todo. E isso não é ruim — é exatamente o ritmo do Jonathas, que vive uma desventura em busca de algo tão simples e tão gigante: uma família.
O mais incrível é como a “aceitação” no filme vai muito além do desejo de ser adotado. É sobre ser aceito por quem se é, pura e simplesmente. Também chama atenção a forma como o curta expõe uma realidade dura, onde desde a infância somos afogados em padrões sociais e encaixotados em normas rígidas, agressivas e opressivas—tudo pra tentar “pertencer”. No caso das crianças órfãs, como o Jonathas, essa realidade fica ainda mais cruel: elas podem ser descartadas como se fossem meros objetos.
Esse curta é lindo na estética, mas grita nas entrelinhas.
Preciso destacar também o quanto me apaixonei pelos momentos dreamy do Jonathas—esses pequenos flashes que mostram a inocência dele. É um detalhe que escancara o quanto ele ainda é tão novo, mas já tão consciente de si. Porém, também é deprimente ver como o brilho parece lentamente estar se apagando.
O que você perdeu 🍂
Na última publicação vimos o curta Bayard Street (2024) da diretora Cindy Chu, e ainda conseguimos trocar algumas ideias com ela sobre seu processo criativo e trabalhos. Se você perdeu, vem conferir 👇
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